fiando palavras fazia poesia frágil potente futuros presentes fagulha pedras ferida plena fina prosaica faca pêssego frestas parede furacão pavimento firme passagem felizes passos Poema inspirado na equipe de poetas do portal Fazia Poesia.

tá na mesa ovo capoeira gema tangerina sina é sol vestido de goiaba fruta na pele poros pro vento e ainda um pouco de salmão ornamento dentro d’água entrar no mar é ficar são tá na cara mara vilha tua volúpia vem pra mim amor fúcsia

euforia imensa realidade inacessível contraste infinito gol

não temo os animais mesmo selvagens eles se aproximam parecem gostar de mim alguns humanos também como você portanto, me devore sinta-se livre tua fauna e flora um rio transborda cheiro, beijo, deixe na boca nosso riso solto e silêncios de algodão delicado infinito nas mãos o fino viver curto

Acordei com uma preguiça mais intensa do que a habitual, tentando lembrar das tarefas que tenho pra fazer hoje preciso enviar o original do meu livro pra algumas editoras preciso lavar a roupa, pois essa é a minha semana preciso entregar sem falta aquele exercício da oficina de cinema, não quero que descubram como tenho sido relapso além de tudo isso, preciso ainda parar e voltar a escrever mas é um precisar diferente não uma mera obrigação talvez seja a necessidade que Rilke descreveu com tanta paixão

eu gosto quando você me chama brincadeiras, diminutivos ou apenas, em tom de abrigo meu nome me faz sentir saudade de tudo o que é bom em mim mesmo inocência, encantamento e muitas outras palavras bonitas a tua companhia é como mais um dia de sol me sinto caminhando pra um lugar que já conheço mas há tempos estive lá e o caminho eu esqueço se não me engano tem bastante verde por isso eu gosto quando você me chama faz o eixo do mundo girar bem devagar e deixa todas as coisas sem importância

queria te falar sobre a guerra mas qual seria a linguagem? depois de tanto já dito disco antigo riscado todas aquelas palavras as músicas os filmes os poemas desencontros descompasso ⠀⠀ ⠀ ⠀(covardia, ⠀⠀ ⠀ ⠀estupidez, ⠀⠀ ⠀⠀atrocidade, ⠀⠀ ⠀ oportunismo?) falar sobre a guerra após muitas guerras em meio a outras feridas a⠀b⠀e⠀r⠀t⠀a⠀s pode soar trivial ruído irrelevante porém são autênticas ⠀⠀a raiva ⠀⠀ ⠀ a impotência ou aquilo que toma conta no fracasso do humano desengano pela vida fora do tom

não vou cantar "eu acho é pouco" nem ser um amante de glória o glitter brilha na memória bloco do nada tudo me falta mil fantasias dentro da gaveta cris não vem trazendo o estandarte nem encontro cezar em toda parte e mesmo a vil quarta-feira ingrata se perde no vazio sem cor ladeiras nuas em dias de calor saudade ardente que mata Poema inspirado em blocos e pessoas que brincam o carnaval de rua de Olinda e Recife, Pernambuco.

uma vida simples que eu não sei levar saborear abraços captar imagens além do alcance do olhar tocar o vento brincante com gosto meio amargo de música nostálgica só por hoje feito indígena pés descalços no chão sigo ouvindo a calma sacio o desejo por desapego um afago na pele da alma